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Assembleia do SINTECT-PB delibera pelo retorno ao trabalho e repudia a postura do TST

Na tarde desta terça-feira, dia 22 de setembro, os trabalhadores dos Correios da Paraíba reunidos em assembleia, realizada em frente ao COA – Complexo Operacional e Administrativo dos Correios, em João Pessoa, e com a participação on-line de trabalhadores de todo o estado, deliberaram, por unanimidade, pelo retorno ao trabalho a partir das 22 horas do mesmo dia. 
Após acompanharem, ontem o julgamento do dissídio coletivo do Tribunal Superior do Trabalho – TST,  observarem durante todo o processo de negociação, que a direção dos Correios mostrou total intransigência em dialogar com a categoria e que se mantiveram firme na proposta de retirada das cláusulas previstas no último acordo coletivo, que teria vigência até dia 31 de julho de 2021. Viram um judiciário agindo como porta-voz dos Correios, compactuando com a retirada de direitos históricos da categoria.
E a decisão da tarde de ontem, muito embora traga um reajuste de 2,6%, não recompõe as perdas salariais com a inflação, não contempla a categoria porque mantém retirada de direitos, muitos conquistados há mais de 35 anos. Inclusive, mesmo sendo registrado que houve uma proposta apresentada pelo Vice Presidente do TST de reeditar o dissidio de 2018 sem aumento salarial, proposta essa acatada pela categoria e rejeitada pela empresa. 
Na avaliação dos trabalhadores, esse resultado não contempla a categoria pois, causará um empobrecimento dos trabalhadores frente as perdas salariais. Na decisão do TST, vimos uma demonstração clara de compactuação com a política do governo Bolsonaro, um ataque sem precedentes aos trabalhadores dos Correios, que terá reflexos nas demais categorias. A redução de 79 para 29 cláusulas, atingiu principalmente as mulheres que tiveram supressão de muitos de seus direitos; trabalhadores que têm filhos com necessidade especial, perderam o direito de fazer o tratamento dos filhos. Essas 50 cláusulas usurpadas, representam direitos que garantem a dignidade dos Ecetistas e de suas famílias. todos aqueles que diziam respeito às cláusulas econômicas como o anuênio, 70% nas férias, adicional de 30% sob o salário base, etc. Foram mantidas apenas cláusulas sociais. 
Isolaram a nossa greve ao fazerem acordo com os bancários e com os petroleiros, que tinham em mesa a mesma proposta apresentada aos trabalhadores dos Correios. Com isso, abre-se caminho para privatização da empresa que tem mais de 357 anos de história, ao reduzirem direitos, tornando a empresa mais atrativa à venda. Entendemos que os Correios, estão sendo utilizados como laboratório de retirada de direitos para em seguida fazer o mesmo com os servidores públicos e demais estatais.
A assembleia de hoje à tarde, avaliou que, apesar da decisão do TST, mesmo diante da legalidade de nossa greve, e após uma análise profunda de todos os acontecimentos, chegamos à conclusão que houve uma vitoriosa organização da construção da unidade da classe trabalhadores dos Correios. Esse movimento, que aconteceu nesses últimos 35 dias, mostrou toda a força na organização dos trabalhadores e resistência aos ataques sistemáticos, tanto por parte do governo federal, quanto do judiciário.
Mas analisando o cenário da nacional da categoria e seguindo a orientação da reunião, com a Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios – FENTECT, e seus sindicatos filiados, a assembleia realizada hoje decidiu pelo retorno ao trabalho. No entanto, sabemos que muitas lutas virão pela frente, como a batalha contra a privatização dos Correios, que já está na ordem do dia. Por isso, este é um momento de reflexão, aglutinação, e, sobretudo, de recuperar todas as nossas forças para enfrentarmos as próximas lutas que estão por vir, ampliar a mobilização e a luta contra o ataque mais vigoroso que está sendo orquestrado pelo governo, que é a entrega da ECT, do patrimônio do povo brasileiro, aos grandes monopólios internacionais.
Medidas judiciais serão tomadas pela FENTECT e pelo o sindicato, para recorrer dessa decisão em todas as esferas possíveis e tentar reverter esse quadro.
Conclamamos a todos os trabalhadores para se manterem unidos, vigilantes e prontos para as próximas batalhas que virão. Convocamos, também, os trabalhadores das demais categorias, os sindicatos e as centrais sindicais para organizarmos, imediatamente, uma greve geral de todas as categorias, em defesa do serviço público, contra as privatizações e pela luta por direitos.
À luta companheiros!

DIRETORIA DO SINTECT PB


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