Os dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro aumentou 0,8% no primeiro trimestre deste ano. Segundo a XP Investimentos, esse crescimento se deve principalmente ao consumo das famílias e ao setor de serviços. Esse avanço reflete o aumento do emprego, a queda da inflação e a retomada dos programas sociais e do acesso ao crédito. Com este crescimento, o Brasil ultrapassou a Itália e se consolidou como a 8ª maior economia do mundo, conforme a agência Austin Ratings.
Esses números são animadores, especialmente quando contrastados com a devastação econômica ocorrida desde o golpe jurídico-parlamentar contra a presidenta Dilma Rousseff em 2016 e durante o governo de Jair Bolsonaro. A inflação descontrolada, o achatamento salarial e a perda do poder de compra levaram o Brasil de volta ao Mapa da Fome.
Com a retomada do crescimento, o governo Lula tem uma oportunidade histórica para enfrentar o maior desafio do Brasil: a desigualdade de renda. Segundo a Oxfam, 63% da riqueza do Brasil está concentrada nas mãos de apenas 1% da população. Se o crescimento econômico não for acompanhado por uma distribuição justa de renda, os benefícios continuarão a enriquecer os mesmos de sempre, enquanto os trabalhadores permanecem na luta por condições dignas de vida.
Distribuir renda não é apenas uma questão de justiça social, mas uma necessidade para fortalecer os serviços básicos à população. Investir no Sistema Único de Saúde (SUS), empresas públicas como os Correios são extremamente essenciais para garantir que todos os brasileiros tenham acesso aos serviços de saúde e comunicação de qualidade. A educação também deve ser uma prioridade, garantindo que todos tenham acesso a oportunidades iguais.
O governo Lula deve ir além dos números e focar em usar esse crescimento para melhorar a vida da população mais pobre, que é a maior apoiadora dos governos de frente popular. Atender às demandas dos servidores públicos e investir na criação de empregos e no acesso ao consumo são passos cruciais para transformar o crescimento econômico em uma melhoria real na vida das pessoas. Mas é necessário que essa riqueza gerada pela classe trabalhadora, através do crescimento econômico, seja utilizada para garantir uma distribuição equitativa de renda, fortalecendo os serviços públicos e elevando a qualidade de vida das camadas mais vulneráveis da população.